sábado, 23 de março de 2013

Pureza.

“O ch’uan teng lu relata um fascinante encontro entre Tao-hsin e o sábio Fa-yung, que vivia num solitário templo do Monte Niu-t’ou e era tão puro que os pássaros lhe costumavam trazer oferendas de flores. Enquanto os dois homens falavam, um animal selvagem rugiu ali perto, e Tao-hsin deu um salto. Fa-yung comentou, ‘Vejo que está ainda contigo!’ ― Referindo-se, claro, à ‘paixão’ (klesa) instintiva do susto. Pouco depois, aproveitando o momento em que não era observado, Tao-hsin escreveu o caracter chinês que significa “Buda” na rocha em que Fa-yung costumava sentar. Quando Fa-yung voltou ao seu lugar, viu o nome sagrado e hesitou em sentar-se. ‘Vejo’, disse Tao-hsin, ‘que está ainda contigo!’. A esta observação Fa-yung alcançou o perfeito acordar... e os pássaros nunca mais lhe trouxeram flores.”
(O budismo Zen, WATTS, Alan, p.115)

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